Mirante do Laboriaux

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Mirante do Laboriaux

Na parte alta da Rocinha, fica a região chamada de Laboriaux. Na subida para o Laboriaux é possível ter uma visão panorâmica da paisagem da Rocinha, sua geografia, e o bairro de São Conrado. Chegando ao mirante do Laboriaux, podemos ver do alto do morro a Lagoa Rodrigo de Freitas e o bairro da Gávea. É neste local que muitos guias começam a contar a história do surgimento da favela da Rocinha, pontuando como seu crescimento acompanha a expansão da Gávea, São Conrado e da cidade. 

Neste ponto, também é lembrado que nos arredores de onde hoje é a Rocinha ficava o que Firmino do Museu Sankofa chama de Quilombo das Camélias, onde abolicionistas se reuniram na luta pela abolição da escravidão. O quilombo ficava na propriedade de um empresário abolicionista, fabricante de malas que acolhia os escravizados que fugiam. O livro do professor Eduardo Silva “As camélias do Leblon e a abolição da escravatura”, conta que:

“o empresário Seixas possuía uma chácara no Leblon, onde cultivava flores com o auxílio de escravos fugidos.  Seixas ajudava os fugitivos e os escondia na chácara do Leblon com a cumplicidade dos principais abolicionistas da capital do Império, muitos deles membros proeminentes da Confederação Abolicionista. A chácara de flores, a floricultura do Seixas, era conhecida mais ou menos abertamente como o “quilombo Leblond”, ou “quilombo Le Bloon”, então um remoto e ortograficamente ainda incerto subúrbio à beiramar. Era, digamos, um quilombo simbólico, feito para produzir objetos simbólicos. Era lá, exatamente, que o Seixas cultivava as suas famosas camélias, o símbolo por excelência do movimento abolicionista.”